quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Uma breve reflexão sobre a sociedade contemporânea...


A discussão sobre a questão social no Brasil não deve ser mais vista como o discurso do bom samaritano.
A redução da desigualdade e garantia da dignidade da pessoa humana, conceitos tão abstratos, mas que são buscados por todos, não são direitos ainda a se conquistar, são direitos já declarados na nossa Constituição e precisam ser cumpridos.
Apesar de sermos indivíduos completamente diferentes ambos compartilhamos desejos e sonhos parecidos, como o de constituir uma família ou viver no mínimo de conforto possível, infelizmente, a grande maioria não vive nesta realidade.
Está na hora de largar a mentalidade fria do “cada um por si”, pois vemos que este tipo de atitude mais nos afeta do que tem nos ajudado.
A realidade nos convida a mudar de postura e estratégia, pois a que está em vigor está gerando maior número de insatisfeitos do que satisfeitos.
È neste sentido que discussões ideológicas são superficiais e não abordam os aspectos da realidade do mundo. Acredito que para se tomar qualquer partido sobre visão econômica e política, e sustentar um motivo claro e sólido, é necessário alguma experiência, algumas visitas as cadeias brasileiras, ao subúrbios, aos lixões de onde se alimentam mendigos..
Sem ver a coisa de perto, fica difícil enxergar a realidade.
A lógica do “eu somente e o resto que se dane “ precisa ser superada, pois apesar de já estar abolida nos textos oficiais, ainda é presente na mentalidade de muitas pessoas.
A competição incessante estimula a conquista de resultados cada vez melhores, mas junto com ela, trás uma grande carga de stress que tem efeitos danosos para o corpo e a mente. Somo pessoas de resultado apenas? Se vive bem em prol somente de resultados materiais? Acho que não.
Nesta equação, ao contrário do que os individualistas pregam, são desconsiderados os sentimentos individuais das pessoas, sua vida passa a viver em prol de um objetivo, na maioria das vezes que não corresponde ao verdadeiro interesse e satisfação do indivíduo, e sim a uma necessidade básica, a de ter dinheiro;
Resultado: Grande número de trabalhadores infelizes e improdutivos, e para superar esta condição as empresas se valem de todo tipo de artifício, contratam psicólogos, procuram fazer dinâmicas de grupo, dinâmicas para as pessoas enfrentarem seus medos. Métodos eficientes somente para o fim a que foram propostos: Fazer mais dinheiro. Sendo assim são remédios superficiais que não alcançam as mais profundas necessidades do indivíduo.
O dinheiro é um meio para conseguir coisas, se encarado como finalidade como é, toda sua existência perde o sentido. Não é incomum ver ricos e milhonários em consultórios de psicologia tristes por se verem rodeados de pessoas falsas, interesseiras e sem verem sentido em suas vidas.
Toda esta obsessão por competição, dinheiro e lucro afasta as pessoas uma das outras, fazendo com que o estranho deixe de ser um simples estranho, e passe a ser um adversário. O mal do século é a solidão. A tecnologia empregada se adapta perfeitamente a esta nova condição de vida, criando meios de se comunicar a distância, redes sociais na Internet que só retratam este modo superficial vivenciado pela maioria.
Perfis de Orkut, fotos, mostram esta necessidade de aparecer, de atrair pessoas, porém com um padrão imposto mela mídia, mostram estilos de vida padrão vendidos por marcas que sabem muito bem estimular estas ilusões nas cabeças das pessoas.
Neste sentido a subjetividade do indivíduo, aquilo que lhe torna único em todo o Universo, perde lugar para a objetividade e padronização de modos de ser, e assim o ser humano se torna cada dia mais superficial, moldado a referências do cinema e da propaganda, veículos que são dominados por multinacionais que estimulam o modo consumista de ser, implantando necessidades irreais no indivíduo, e se utilizam de conhecimento psicológico para isso.
O fato de “ter”, se torna mais importante do que o próprio “ser”, assim vemos pessoas vazias em termos de conteúdo moral ou intelectual, ocupando lugares importantes na sociedade, e as pessoas que não ocupam, querem ocupar, e justamente por isso seguem esse modo artificial de vida.
As pessoas não se dão conta da origem desta infelicidade, e pensam que são assim porque precisam de alguém, pois ninguém gosta dela. O fato é que muitos se encontram nesta situação, e se sentem incapazes de mostrar algum “afeto” com medo de serem ridicularizados.
O esteriótipo do herói “machão” ou mulher “gostosa e poderosa” influenciam nestes processos que dificultam e despedaçam relacionamentos.
O estilo consumista já foi diagnosticado como patologia. As pessoas vão fazer compra para satisfazer um desejo de possuir algo, tão logo possuem, e já estão insatisfeitas, feito uma droga que vai perdendo “o seu barato” a cada dia que se usa mais.
Toneladas de lixo são geradas, o meio ambiente paga o preço, e no futuro nós também, no entanto o discurso de sustentabilidade não passa de mera fachada para as empresas atraírem consumidores, pois é “muderno” dizer que “Este Banco é sustentável”. Me contem outra mentira. Dês de quando uma instituição que cria dinheiro virtual para conceder empréstimos, gera dívidas, e depois cobra juros altos é sustentável? Só no fantástico mundo do Tio Sam.
Enfim. Não estão percebendo o modo mecanizado de ser, o rumo robótico que a humanidade está tomando? Podemos passar como tratores encima destes problemas, insensíveis aos nossos problemas e problemas alheiros, no entanto uma hora a bomba estoura.
Cada dia mais acredito que não nascemos para viver este estilo de vida, e a infelicidade geral mascarada por “ uma falsa felicidade momentânea” é atestado disso.
Acordar para estes fatos não é um processo muito consolador, talvez muitos utilitaristas prefiram ignorar e tomar seu rumo, no entanto é uma Guerra da qual não se pode fugir, é um guerra íntima, e mais cedo ou mais tarde teremos que acordar para estas coisas, caso contrário morreremos sem encontrar nenhum sentido em nossas vidas.

“Conhece a ti mesmo.” Já dizia um velho sábio.

É neste contexto que eu faço estas perguntas para todos:

Qual o preço de sua felicidade?
O que é felicidade?

Um pouco de reflexão não faz mal a ninguém...

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